“Mulheres na Política” com Ilana Trombka, Benedita da Silva, e Sonia Guajajara

As eleições municipais acontecem no próximo dia 06 de outubro e as mulheres são a maioria da população brasileira (51,5%) e do eleitorado (52,6%), mas ainda existe uma baixa representatividade na presença de candidatas na política. Um levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que somente 45 cidades, entre 5.568, que realizaram eleições municipais em 2020 têm a maioria de mulheres na composição das câmaras de vereadores, valor que não chega a 1% do total dos municípios.

 

Para falar sobre o assunto, o videocast Substantivo Feminino convidou Ilana Trombka, Diretora-geral do Senado Federal, Benedita da Silva, Deputada Federal; e Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, para colaborarem com depoimentos e reflexões. O videocast é uma iniciativa do YouTube Brasil em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), Gênero e Número, Internet Lab e Casé Fala.

 

Ilana Trombka, diretora-geral do Senado Federal, aborda os efeitos da violência contra as mulheres na política. “Ao mesmo tempo que a violência desloca para fora, para fora do jogo, as mulheres que tiveram coragem de entrar, ela também desestimula que outras entrem. E assim vai se construindo um ambiente cada vez menos diverso, cada vez mais homogêneo. Por isso, ter uma legislação que busque um ambiente mais pacífico e respeitoso é necessário.

 

Em vídeo que irá ao ar hoje (03/10) às 18h, Benedita da Silva, deputada federal, destaca a importância da representatividade feminina, especialmente de mulheres negras, nos espaços de poder. Ela afirma que, embora as mulheres negras ainda sejam minoria no Congresso Nacional, são maioria na história do Brasil.

 

Ela também reforça a necessidade do protagonismo das mulheres negras nos processos eleitorais: “Nós, mulheres negras, somos maioria da população brasileira, mas não temos uma representatividade equitativa. É fundamental que estejamos nesses espaços, porque onde há uma mulher negra, certamente ela vai destrancar uma porta e abrir caminho para outras. É isso que esperamos.”

 

Já a Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, ressaltará o marco histórico da crescente representatividade indígena: “É a primeira vez na história que temos mais de uma representação indígena no Congresso.” No vídeo que irá ao ar amanhã (04/10, 18h), ela refletirá sobre a evolução dos direitos das mulheres, lembrando que, há pouco mais de 90 anos, mulheres nem sequer podiam votar, e destaca o avanço das mulheres indígenas nesse cenário: “Imagine as mulheres indígenas, e hoje estamos aqui, com candidatas indígenas, e neste ano de pleito municipal, são mais de 100 mulheres indígenas candidatas a vereadoras.”

 

Guajajara também olha para o futuro e reforça a importância da representação indígena nas assembleias legislativas: “Muitas já estão pensando em 2026, para que possamos eleger mulheres indígenas para as assembleias legislativas, porque em toda a nossa história ainda não tivemos nenhum indígena eleito nos estados, imagine mulheres.

 

A Head de Políticas Públicas do YouTube, Alana Rizzo, explica que o videocast é uma plataforma de conteúdo criada para inspirar conversas sobre gênero. “Acreditamos que todos tem um papel fundamental em promover essas reflexões e a conscientização sobre a violência de gênero e seus impactos na nossa sociedade. O substantivo feminino é esse encontro entre o online e o offline pautado pelo respeito, pelo diálogo e pela pluralidade de vozes”.

 

“É fundamental ter um videocast sobre, com temas tão sensíveis com profundidade e essenciais para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva e mais justa para as mulheres e todas as pessoas. Esta temporada é ainda mais especial em um ano de eleições municipais, importantíssimo para a representatividade feminina, com abordagens multidisciplinares sobre os mais diversos aspectos da política para elas”, afirma Ana Fontes, mediadora do videocast, empreendedora social e fundadora da RME.

Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) recebe Prêmio Juíza Viviane Vieira do Amaral

O Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), organização da sociedade civil voltada ao apoio de projetos de geração de renda para mulheres com foco em empreendedorismo feminino, conquistou o Prêmio Juíza Viviane Vieira do Amaral, concedido pelo Conselho Nacional de Justiça. O Instituto foi reconhecido com o primeiro lugar na categoria IV – Organizações não governamentais, pelo programa “Ela Pode”, que realiza em parceria com o Google, e visa a prevenção e o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.

“O Ela Pode é um programa importante para ajudar mulheres a empreender, mudar a própria carreira ou ingressar no mercado de trabalho, contribuindo também para o seu desenvolvimento econômico. O projeto é extremamente relevante para que consigamos superar desafios críticos, promovendo também a independência financeira. No Google, temos acompanhado o quão transformador e reparador o Ela Pode tem sido, contribuindo para um futuro mais justo e igualitário. Essa premiação destaca a relevância do programa para a nossa sociedade e reforça a necessidade de continuarmos apoiando iniciativas que colaborem com o progresso de grupos vulneráveis”, afirma Maia Mau, diretora de Marketing do Google Brasil.

Fundado em 2017, o IRME apoia projetos que promovem a independência financeira e o poder de decisão de mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Garantir as mulheres autonomia econômico-financeira é garantir a elas o poder de decisão, este é o trabalho que fazemos no ELA PODE, apoiar as mulheres nesta jornada. Quando uma mulher dá certo, ela melhora a educação dos filhos, o bem-estar da família, e o entorno onde ela está “, finaliza Ana Fontes, empreendedora social e fundadora da RME e do Instituto RME.

A cerimônia de premiação será realizada no dia 22 de outubro de 2024, na sede do Conselho Nacional de Justiça, em Brasília/DF.

Videocast “Substantivo Feminino” discute a violência política de gênero

O videocast Substantivo Feminino trouxe à discussão a violência política de gênero e a Lei 14.192/2021, que visa combater essa forma de opressão contra mulheres no cenário político. A lei, sancionada em 4 de agosto de 2021, é um marco na legislação brasileira, criando normas para prevenir e reprimir atos de discriminação e violência durante as eleições, no exercício de direitos políticos e em funções públicas.

Neste episódio, participaram da conversa: Raquel Branquinho, jurista e procuradora regional da República, Carla Akotirene, doutora em Estudos Feministas, e a mediadora do videocast, Ana Fontes, empreendedora social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora. As convidadas compartilharam suas perspectivas sobre os desafios da implementação da lei e a necessidade de amplificar o debate em torno da violência de gênero no ambiente político.

Carla Akotirene abriu o debate ao explicar como gênero como marcador social é fundamental para entender as raízes da violência contra as mulheres, ressaltando que essa visão reverbera no chamado “sexismo institucionalizado”, que reflete nas normas e comportamentos que limitam a atuação das mulheres no cenário público. Pontuou ainda a dificuldade enfrentada por mulheres para ocupar espaços de poder e exercer seus direitos de forma plena. “O racismo e o sexismo andam de mãos dadas. As mulheres são retiradas do cenário político, e isso se agrava quando outros marcadores sociais, como idade e raça, entram em jogo”, completou Carla.

Ana Fontes trouxe dados sobre a Lei 14.192/2021, que criminaliza a violência política de gênero. Para ela, é essencial entender conceitos como gênero e sexismo para compreender as raízes do problema. “É fundamental resgatar as informações e os dados, porque, muitas vezes, o que ouvimos, especialmente nas redes sociais, é equivocado. A lei de 2021 é um marco, pois trouxe instrumentos para combater a violência, tanto durante campanhas eleitorais quanto contra mulheres eleitas”, explicou Ana.

As eleições de 2022 foram as primeiras realizadas sob a vigência da nova legislação. No entanto, Raquel Branquinho, destacou que a aprovação da lei foi um processo demorado. “O Brasil vive em uma sociedade patriarcal, onde o espaço público sempre foi difícil de ser ocupado pelas mulheres. Embora as mulheres sustentem suas famílias e contribuam enormemente para o PIB, são excluídas dos espaços de poder”, afirmou Raquel, destacando a importância da pressão internacional para a criação da legislação, mencionando que o Brasil é signatário de tratados internacionais de proteção às mulheres, ela contribuiu: “Tivemos um movimento de fora para dentro e um trabalho muito bem feito da bancada feminina no parlamento, que conseguiu a aprovação da lei”, comentou a procuradora, ressaltando que o país ocupa posições baixas em índices de representatividade feminina nos parlamentos municipais, estaduais e federais.

Outro ponto levantado durante no videocast foi o desafio de tornar a lei amplamente conhecida, tanto entre as mulheres quanto na sociedade em geral. Raquel frisou que, embora a legislação seja eficiente para seu propósito, ainda há muito a ser feito para sua aplicação plena. “Vivemos um momento de tentativas de retrocesso, por isso é tão importante defender a legislação. Ela não é perfeita e precisa de melhorias, mas é um passo crucial”, alertou.

A comparação com a Lei Maria da Penha também surgiu, destacando a necessidade de transformar a Lei 14.192 em um referencial conhecido e exigido pela sociedade, como foi feito com a lei de combate à violência doméstica. As convidadas ressaltaram que a luta pela efetivação da legislação é contínua e depende de ações que garantam a equidade de gênero no ambiente político.

O videocast Substantivo Feminino, é uma iniciativa do YouTube Brasil em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), Gênero e Número, Internet Lab e Casé Fala, e produção da Dia Estúdio.

A segunda temporada tem como tema central “Mulheres na Política”, e conta com as participações de convidadas como Aline Osorio (Secretária-Geral do Supremo Tribunal Federal), Basilia Rodrigues (jornalista e analista política), Mary del priore (historiadora e escritora), Raquel Branquinho (Procuradora Regional da República na 1ª Região e coordenadora o Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate da Violência Política de Gênero da Vice-Procuradoria Geral Eleitoral), Carla Akotirene (doutora em Estudos Feministas, pesquisadora de gênero e raça e escritora), Ilana Trombka (Diretora-geral do Senado Federal), Benedita da Silva (Deputada Federal) e Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas do Brasil).

Ana Fontes integra lista das 500 pessoas mais influentes da América Latina por seu impacto no empreendedorismo feminino

Ana Fontes entrou para a lista das “500 pessoas mais influentes da América Latina 2024”, da Bloomberg Línea. Ela é reconhecida por seu trabalho como fundadora da Rede Mulher Empreendedora, a primeira e maior rede de apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil, e Instituto RME, que impacta milhões de mulheres com iniciativas de capacitação e suporte para negócios liderados por elas.

Além disso, Ana Fontes também é reconhecida por exercer papel de liderança no W20, grupo de engajamento do G20 que busca influenciar políticas públicas para promover a igualdade de gênero, ampliando o impacto de suas ações em escala global, e Vice-Presidente do Conselho do Pacto Global da ONU.

Bianca Andrade fala sobre empreendedorismo, maternidade e superação durante o Festival RME

Bianca Andrade, CEO da Boca Rosa Company, foi uma das principais atrações na primeira manhã do Festival RME, da Rede Mulher Empreendedora. Em bate-papo conduzido por Amanda Momente, a empresária e influenciadora digital falou sobre os desafios de empreender, sua relação com a maternidade e boas práticas nas redes sociais.

Ao comentar sobre o desafio recente em lançar sua marca independente de maquiagem, Bianca falou que é muito importante pedir desculpas, ser humilde e reconhecer quando errou para retomar o projeto e também sobre se livrar da culpa e do medo de julgamento. “A gente vai ser julgada, não tem como fugir disso e a culpa que vem junto só atrapalha. Para continuar tive que experimentar a culpa de outra forma, sem deixar que isso atrapalhasse meu caminho”, comentou.

Sobre ser uma influenciadora digital que virou empreendedora e como se relacionar com as redes sociais, ela disse “a rede social não é vida real, é uma ferramenta para alavancar o seu negócio” e avaliou que o “futuro do digital é feminino”, ponderando que as mulheres têm empatia e entendem a importância de trocar, de humanizar as relações pelas plataformas. Ainda sobre como se relacionar com e pelas redes, Bianca explicou o quanto é importante reclamar ou dar feedbacks, sejam positivos ou negativos, pelos canais oficiais de atendimento de qualquer marca. “Vai no SAC! Não fica filmando todo tipo de defeito e postando nas redes sociais, isso não é maneiro, não se dá feedback assim”, disse.

Quando questionada sobre quais dicas para inovar, Bianca comentou “desligue o celular um pouquinho”, como sugestão de organização e arrumar tempo para pensar, para descansar e para não viver ansiosa. Ela ainda ponderou que “a maior inovação é ser você mesma”.

Ao chegar no tópico maternidade, ela falou “eu demorei dois anos para me entender mãe. Eu estou aprendendo a ser mãe à medida que meu filho cresce e se desenvolve”, e se direcionou às demais mulheres na plateia para afirmar “o jeito que você tá criando seu filho é o jeito certo para o seu filho, acredite.” E comentou que “equilíbrio é muito distante ainda, eu tento viver em fases, priorizando sempre meu filho, minha saúde mental e meu negócio, e acabo abrindo mão de algumas outras coisas como mais tempo com amigos, ou relacionamento amoroso”.

Ao final, questionada sobre como não desistir do empreendedorismo, Bianca reforçou a importância da rede de apoio, de como conta com sua mãe, irmão, produtor, e afirmou ainda: “A gente nem quer desistir, a gente só quer se livrar da ansiedade, da dor, da culpa”, fechando sua participação.

Projeto “TransEmpreender” impulsiona autonomia e visibilidade de pessoas trans em São Paulo

O Instituto RME, organização da sociedade civil de apoio a projetos de Geração de Renda para Mulheres com foco em empreendedorismo feminino, desenvolveu o “TransEmpreender” – projeto focado na capacitação e inclusão de pessoas trans no mercado empreendedor. A iniciativa, em parceria com a organização Amálgamar, que apoia a profissionalização de pessoas Trans e Centros de Acolhida Especial para Mulheres Transexuais, oferece um programa que inclui capacitações presenciais, mentorias individuais e recursos financeiros para apoiar negócios liderados por pessoas trans e já beneficiou 35 pessoas diretamente em São Paulo, promovendo autonomia econômica e empoderamento social.

 

Criado para apoiar a comunidade trans da cidade de São Paulo, o programa impactou positivamente a vida de 68 pessoas inscritas, das quais 35 participaram de capacitações presenciais e mentorias, totalizando 90 horas. Até o momento, o “TransEmpreender” selecionou 27 pessoas para receber um capital semente de R$2.000,00, permitindo o desenvolvimento de novos negócios em setores como beleza, saúde, artesanato e educação.

 

Sobre a importância do projeto, a gerente executiva do Instituto RME, Débora Monteiro comenta: “Nós sabemos como é difícil a situação da mulher trans em sociedade, a grande maioria ainda luta por seguir viva. Entendemos que gerar sua própria renda é um dos fatores que as ajudam a sair da situação de rua e prostituição, então resolvemos focar esse projeto somente para elas, de modo que estivessem confortáveis e também, além de integrar a RME, criassem uma pequena rede de apoio entre si.”.

 

Capacitações e mentorias

O programa é dividido em três pilares principais: capacitações em empreendedorismo, mentorias individuais e repasse de recursos financeiros. Durante as capacitações, realizadas ao longo de 20 horas, as pessoas participantes receberam conteúdos voltados ao desenvolvimento de habilidades essenciais para a gestão de negócios. Nas mentorias individuais, especialistas ajudaram as pessoas beneficiárias a desenvolver e aprimorar suas ideias de negócio, criando um plano de crescimento sustentável.

 

Impacto social, inclusão e inovação

Com a iniciativa, o “TransEmpreender” busca promover a visibilidade e inclusão de pessoas trans no cenário do empreendedorismo, rompendo barreiras e estereótipos. O projeto impacta não só as pessoas trans beneficiadas, mas também suas comunidades, ao incentivar a geração de renda e a mobilidade social. A parceria com organizações como a Amálgamar fortalece essa rede de apoio, permitindo que o projeto alcance um impacto ainda maior.

 

A partir de uma abordagem inovadora, colocando a inclusão e o empoderamento econômico de pessoas trans no centro de sua missão, o TransEmpreender criou um modelo de apoio que pode e deve ser replicado e adaptado para abraçar outros grupos marginalizados. O sucesso da iniciativa reflete-se nos depoimentos do público participante, que destacam a importância do apoio recebido para o desenvolvimento de seus negócios e na retomada de suas jornadas empreendedoras.

 

Com a continuidade das ações, o projeto pretende expandir seu alcance e impacto, fortalecendo ainda mais a presença de pessoas trans no mercado empreendedor e contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva.

 

Perfil dos participantes

A maioria das pessoas beneficiadas se identifica como mulheres trans e travestis, sendo a maior parte delas pessoas pardas e pretas, com idade entre 25 e 33 anos. Muitas delas vieram de outros estados do Brasil e possuem ensino médio completo ou incompleto. Estão, em sua maior parte, em situações de desemprego ou trabalhando como autônomas, com apenas uma pequena parcela com empregos formais.

 

Sobre o Instituto RME

Fundado em 2017, o Instituto Rede Mulher Empreendedora, apoia e auxilia projetos e iniciativas que empoderam mulheres em situação de vulnerabilidade social, incentivando a independência financeira e o poder de decisão pessoal. Acreditamos que quando uma mulher é empoderada financeiramente, ela não muda só a realidade de sua família, mas também a da sociedade, pois quando elas possuem negócios que dão certo, investem em suas comunidades, especialmente, para ocorrer um contínuo desenvolvimento, pois acreditam no poder colaborativo para melhorar o mundo.