O Festival RME 2023, anteriormente conhecido como Fórum RME, chegou a sua 12ª edição sob o tema “Reinventando o Futuro”, e em seu primeiro dia reuniu nomes de peso entre mulheres empreendedoras e líderes. Os painéis trataram de temas que refletiam o empreendedorismo em paralelo a equidade de gênero, comunidades femininas, oportunidades de crescimento, ESG, maternidade, moda plural, combate à violência contra a mulher e diversidade e inovação.

Ao falar sobre empreender e maternar, Paola Carosella, cozinheira e empresária, comentou: “não é fácil e a gente está muito sozinha porque a sociedade nos deixa sozinha, mas também porque aprendemos a nos virar. Entender que a frase “o filho é da mãe” é uma frase muito sacana. Porque o filho não é só nosso e a gente precisa entender isso. Se tem um pai presente precisa cobrar, se não tem precisa se rodear e criar uma rede de apoio”, comentou Paola. E no mesmo painel, que discutiu ainda priorização de tarefas, gestão de tempo sob a ótica feminina, além de direitos básicos da mulher empreendedora e mãe, Camila Achutti, da Mastertech, questionou: “dentro do Simples Nacional e do MEI a gente precisa de uma política pública que assegure a licença maternidade das empreendedoras”, afirmou Camila.

No talk sobre moda plural, que reuniu Lela Brandão, Day Molina, Lia Rizzo e Isa Isaac Silva, a estilista baiana pontuou que as pessoas têm que ser incentivadoras umas das outras. “Quando eu coloquei a frase “Acredite no Seu Axé” na minha marca eu ouvi de várias pessoas que não daria certo, pois o Brasil é um País que ainda tem muita intolerância religiosa. No começo eu coloquei a estampa com a frase apenas em camisetas para uso interno, mas quando eu saia na rua e as pessoas liam a mensagem acabaram interpretando independente de religião. Foi no sentido de “acredite em você”. E pessoas já me pararam na rua para dizer que precisavam ler aquela mensagem. O grande lema da marca é um incentivo de ter menos preconceito, menos intolerância com as religiões, principalmente as de matriz africana. Então quando coloquei a frase na marca, o feedback foi muito positivo”, disse Isa Isaac Silva.

Para falar sobre o combate à violência contra a mulher, Silvia Chakian, Isabela Delmonde, Raquel Preto e Fayda Belo discutiram sobre a responsabilidade de todos com a pauta. “Não dá para aceitar uma alienação masculina. Quem é parte do problema precisa ser parte da solução”, afirmou Silvia. Já Raquel disse que uma forma efetiva de combate à violência é “não deixando que outra mulher ao seu lado sofra uma violência. A gente tem que levantar e lutar umas pelas outras”, comentou. E Fayda completou dizendo “combate à violência contra a mulher é dever de todos nós. Ninguém nasce um machista, com ideia de hierarquia. Como estou educando meus filhos em casa? Eu coloco a menina para limpar a casa enquanto o menino brinca de bola? Eu começo dentro da minha casa impondo uma hierarquia que não existe. As empresas quando se recusam a olhar o tema ajudam a aumentar os números que já são gritantes. Aqui eu tenho uma arma poderosa para enfrentar esse mal tão grande. Quando uma mulher está dona de si e de seu dinheiro ela pode romper o ciclo de violência”, disse a advogada.

O Festival RME foi transmitido ao vivo pelo Canal Rede Mulher Empreendedora no Youtube.

Para mais informações, acesse: https://festivalrme.net.br/

 

Sobre a RME

Primeira e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil, a RME (Rede Mulher Empreendedora) existe desde 2010 e já impactou mais de 10,5 milhões de pessoas. Criada pela empreendedora social Ana Fontes, visa apoiar mulheres na busca por autonomia econômica e geração de renda através do empreendedorismo, empregabilidade, programas de aceleração e acesso à capital.

A RME promove eventos anuais, como a Mansão das Empreendedoras e o Festival RME, e eventos recorrentes com o Plantão de Mentoria, o Café com Empreendedoras e a Rodada de Negócios. Entre seus programas homônimos estão o RME Acelera, com foco em aceleração de startups, e o RME Conecta, que, após processo de certificação, conecta negócios de mulheres com grandes empresas para negociação e fornecimento B2B.

Em 2017, Ana Fontes resolveu ampliar seus objetivos e criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, focado na capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade.